Essa semana foram de sonhos muito estranhos.
Fazia tempos que isso não me acontecia.
Sonhos beirando pesadelos.
Não sabia o caminho de volta pra casa.
Pessoas estranhas ao meu redor.
Cenas surrealistas hollywoodianas.
Foram tão assustadores que cheguei a anotar o que me lembrava quando acordei.
Quando morava com minha mãe, tínhamos um livro em casa: O Livros dos Sonhos.
Volta e meia, pela manhã, consultamos quietos, quase escondidos, o tal livro.
Ninguém revelava para o outro o que sonhou. Era apenas uma leitura solitária.
Esse ato tinha que ser logo ao acordar. Depois o sonho se espraiava nas horas seguintes.
Aquilo servia mais por curiosidade. Eu, pelo menos, nunca levei à sério o que lia.
Mas eu lia. Tipo o horóscopo que é publicado nos jornais. Parece ser feito para mim.
Esse tem muitas coincidências com a minha vida.
Parece ter sido escrito para mim.
É quase um aviso do que vai acontecer no decorrer daquele dia.
O livro do sonho era diferente.
Sonhava, consultava e lia a interpretação sobre o que sonhei.
E o que estava escrito era algo bizarro.
Por uma simples frase que sempre estava presente: Por outro lado…
Como assim, por outro lado ?
A interpretação do sonho pode ser boa ou ruim ? As duas coisas ?
Aí fic fácil escolher. É só optar pela interpretação boa.
O horóscopo, feito para mim, é bem mais realista.
Se quiserem saber como está indo minha vida, pesquisem na Zero Hora.
Essa noite tive outro pesadelo.
Pessoas, ao meu redor, querendo interferir nos rumos da minha vida.
Como não tenho mais o livro, consultei a IA da Meta.que me “disse”:
“Depende do contexto” !
A maravilha da construção da conclusão indefinida.
É O Livro dos Sonhos reescrito, baseado no lunático real anterior.
Por isso que chamam isso de “inteligência artificial”.
De natural, nada tem.
