A educação e o Déspota Esclarecido !

A educação brasileira está de mal pra pior. Esses dias, e como de costume refletindo coisas da vida numa mesa de bar, fiquei relembrando meus tempos de criança quando entrei na escola.

Minha irmã, assim como fez com meu primeiro irmão mais velho, me ensinou a ler e escrever quando eu tinha uns 5, 6 anos. A coisa, me refiro ao método, ía na base da porrada, mas ía. Entrei no jardim de infãncia aos 7 anos já sabendo ler e escrever e aos 9 anos eu era uma referencia na escola em leitura. Lia e escrevia bem.

Há uma correlação estatística e real muito forte entre a leitura e a escrita. Quem tem o costume de ler bastante, falo em bons livros e coisas escritas sem erros, geralmente tem grande facilidade em se expressar na escrita.

Eu estudei nos primeiros anos de escola num colégio estadual experimental baseado nas teorias de Piaget. Talvez venha daí a minha formação criativa que está sempre presente. Assim como todas as demais escolas estaduais, com raras exceções, os alunos eram obrigados a usar uniformes e todas as escolas tinham o mesmo padrão: a calça podia ser um jeans mas tinha uma camisa branca e uma gravatinha azul marinho com as iniciais da escola na parte de baixo.

O fato de se usar uniforme facilita a visibilidade e controle dos órgãos de segurança em saber quem está e quem não está na escola. Ver uma criança uniformizada numa boca de fumo, matando aula, era praticamente inviável. E os países que investem pesado na educação tem o mesmo comportamento. Na Coréia do Sul é assim, na China é assim, etc...

Tínhamos boas merendas, aulas de músicas e até aulas de agricultura em escolas mais na periferia.

Estudei no Grupo Escolar Argentina. Na mesma época em que o colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, era uma referencia em nossa cidade. Isso tudo nos anos 60, 70, época dos militares no poder.

O tempo foi passando, exigiram eleições diretas, vieram os civis ao poder e uma enorme onda de corrupção. Além de pouquíssimo dinheiro destinado à educação.

O Grupo Escolar Argentina não existe mais. O Julinho, hoje, é uma escola dominada por gangues, muito consumo de drogas nas imediações e até nas áreas internas, segundo relato dos próprios alunos já divulgados nos jornais, nenhuma escola tem uniformes padrão e a nossa colocação no ranking escolar mundial está lá pelo lugar 86.

Para completar, não temos nenhuma faculdade brasileira que ocupa um dos 100 primeiros lugares no ranking mundial.

Para arrumar essa zona toda, com o fio da meada perdido há muito tempo, só um Déspota Esclarecido.

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