Banda O Seguinte, TNT, matérias do rock gaúcho

Não que tenha traumas de matérias de jornais sobre o rock gaúcho pois considero que quando um jornalista se dispõem a escrever sobre tal tema, uma pesquisa minuciosa precisa ser feita. E o que leio se torna uma grande injustiça com dezenas de bandas dos anos 80, 90 quando estourou o movimento bandas de garagem no RS. Não era só Porto Alegre. No interior tinha muita banda boa de garagem que eu conheci.

Mas as matérias que leio, inclusive livros já publicados, me deixa triste pela injustiça de terem deixado de fora bandas que fizeram história. Uma delas foi a que eu tocava, a Banda O Seguinte. Uma das poucas no contexto que gravou um disco por uma gravadora multinacional, a Sony Music. Foi um disco só nosso, não era coletânea. E a mídia deu pouca repercussão para isso.

Se falava mais em TNT, Cascavelettes, Engenheiros do Hawaii, Replicantes, Nenhum de Nós, etc...Bandas boas que eu também curtia mas chegamos num patamar difícil de ser alcançado e muita pouca repercussão na mídia.

A rádio Ipanema era a que nos dava maior apoio. Depois tivemos a sorte de cair nas graças da rádio Atlântida e da rádio Feluspe. Não posso reclamar desses grandes apoios mas era bem diferente das demais bandas. Talvez tenha faltado um bom produtor para nos alavancar no cenário nacional. Tivemos um produtor bem legal mas estudante de arquitetura produzindo banda era uma coisa alternativa demais. Foi na época.

Estávamos ocupando o estúdio da banda TNT, logo no seu começo, gentilmente cedido por eles. No final do ensaio chegou a banda TNT. E eu estava na bateria e o Charles Master pediu pra eu tocar uma música com eles. E tocamos. O cara ficou abismado pois o Felipe Jotz era um tosco naquela época. Aí ele me convidou pra ser o batera do TNT mas eu respondi que não. O Felipe era o grande amigo deles e banda tem que ter profissionalismo e amizade para dar certo. Tempos depois o Felipe Jotz voltou da escola PIT na Califórnia tocando como nunca. Bem melhor que eu que sempre tive o suingue no sangue mas nunca o estudo técnico muito apurado apesar de também ter estudado com um professor da OSPA.

As reportagens que leio nos jornais locais não nos cita. Nos ignora. Apesar de termos tido um feito inédito no rock gaúcho num privilégio de pouquíssimas bandas daqui.


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