Os Intelectuais de Pelotas

Pelotas é um caso à parte na história do Rio Grande do Sul. Talvez tenha sido a única cidade expressiva que voltou no tempo, não teve continuidade, não conseguiu sustentar sua referencia econômica e social adquirida ao longo dos anos, chegando ao seu auge nos anos 70, 80 e depois, só decaindo vertiginosamente.

Volta e meia leio os pelotenses, formadores de opinião, recém saído das universidades da cidades mas com uma postura estranha, diferente daquelas que estamos acostumados a ler por aí. Morei em Recife, São Paulo e Curitiba, além de Porto Alegre e aqui se respira cultura. Se respira uma cultura diferente de Pelotas.

Pelotas, ao meu ver, faz questão da turma privada, da seletividade das pessoas que possam ler suas obras, suas publicações. A turma, me parece, que tem receio da opinião externa, que não assume a decadencia cultural vinda de anos com teatros formidáveis e hoje entregue aos cupins, a deterioração, ao descaso.... A rede hoteleira, com exceção do recente empreendimento dos dois excelentes hotéis Jacques George, estão em plena decadencia. O glamour do hotel Manta não existe há muito tempo e com um preço de hotel de primeira linha em outras cidades. Quem já se hospedou por lá sabe muito bem do que estou falando.

Mas o intelectuais da cidade, aquela juventude que poderia fazer a diferença, parece que nega-se a buscar informações que não sejam na internet e vivenciar o que está acontecendo em outros pagos, até mesmo em Porto Alegre, onde, bizarramente, os pelotenses se perdem geograficamente por aqui pois nunca foram acostumados a conhecer o que acontece pela capital na triste ilusão que ainda estariam sendo a refenrencia cultural do estado.

Isso passou, pessoal. Isso já era !Não adiante querer seu culto numa cidade decadente onde a limitação do conhecimento não passa de Jaguarão, Bagé, Camaquã e Canguçu, para citar alguns exemplos.

As coisas feitas aí não são ruins. As tentativas de voltar a ser referencia cultural ou mesmo entrar no time do conhecimento das artes é válido. Não é válido é ficar idolatrando os locais sem ao menos conhecer pessoalmente as inúmeras manifestações extraordinárias que acontecem pelo país à fora . Em cidades que tiveram a humildade de sempre estar à procura do novo, do diferente.

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