Anos 60, de onde vim !


Sempre digo que nasci numa geração meio fudida, no meio do caminho; não tava lá nem cá. Nasci nos anos 60. Os adolescentes da época estavam curtindo Beatles, Rolling Stones, LSD, Woodstock, contestando Deus e o mundo.

E eu me divertindo vendo a polícia baixar o cacete nos estudantes da UFRGS, de camarote na sacada do ap em que morava na Osvaldo Aranha, bem em frente a faculdade de arquitetura e em cima do Bar Alaska, local da esquerda festiva reunida.

Na minha concepção infantil, eu torcia pra polícia. Desconhecia o fato daquela confusão mas tinha em mente que baderna não é pra se fazer em via pública. E isso tenho até hoje. Só mudei um pouco o modo de acabar com isso. Se bem que balas de borracha não fazem mal algum. Só afetam a moral. Por isso o nome: balas de efeito moral. Diferente das balinhas de hoje, o ecstasy, de efeito transcedental.

Torcia pra polícia, sim, assim como torcia, na época, pro Batman e Robin (pra mim os grandes precursores do movimento gay), pro Mickey, pro Nacional Kid, pro Vigilante Rodoviário (o que está na foto acima) e seu cão Lobo e pra todos os heróis da época; Herói era uma palavra em moda.

Queira ou não, sempre precisamos de um herói a nossa volta. Eu tive vários nos anos 60. Mas a história ía passando na pista principal e eu andando no acostamento pela direita.

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